- Rosiméri Carvalho
- 10 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de mai.
Você abre o armário. Escolhe algo doce. Talvez nem esteja com fome. Mas sente que precisa de alguma coisa. Algo que traga alívio. Que acalme o coração. Que preencha.
Comer emocional é isso: não tem a ver com o estômago,tem a ver com o que está doendo na alma.
É o consolo silencioso que não julga, não exige, não questiona. Está ali. Pronto. Acesso imediato para uma sensação de alívio. Mas que depois, quase sempre, vira culpa.
A comida começa a ocupar o lugar da escuta. Do abraço que não veio.
Da palavra que faltou. Do cansaço que ninguém vê. Do medo que você não teve onde deixar.
E com o tempo, o ato de comer deixa de ser nutriçãoe se transforma em anestesia.
"Mas eu só queria sentir que estava tudo bem..."Sim. E está tudo bem querer isso. O problema é quando isso se torna a única forma de lidar com suas emoções.
Na psicanálise, a gente olha com profundidade para essas escolhas que parecem simples, mas carregam histórias, traumas e necessidades não reconhecidas. Entendemos que não se trata apenas de comportamento, mas de um pedido de socorro, muitas vezes, inconsciente. Você não está errada por buscar consolo. Você está sobrecarregada de sentimentos mal resolvidos. E quando a escuta não acontece, o corpo fala. E às vezes, fala com fome.
Se você se viu nesse texto, saiba que é possível encontrar novos caminhos. Caminhos de escuta, de acolhimento e de reconexão com você mesma. Não precisa ser sozinha.
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